Mercado de produtos para animais de estimação cresce na pandemia


O faturamento do setor pet no Brasil passou de R$ 51 bi no ano passado, 25% a mais que em 2020. Levantamento exclusivo aponta que, entre 2019 e 2021, o crescimento de trabalhadores formais em atividades veterinárias foi de 46,5%, o melhor desempenho do ranking de emprego do país.

Uma marca deixada pela pandemia nos hábitos dos brasileiros acabou aumentando os negócios de um determinado setor da economia.

Enquanto lutamos contra o vírus da Covid, acontece uma invasão das nossas casas.

 

“Eu acho que traz consolo, conforto, alegria, preenche”, conta Joseane Oliveira, dona de Tatá.

 

Tatá é uma pequenina mostra de um crescimento exponencial da população de animais domésticos e das consequências para a economia. Entre 2019 e 2021, os pets ganharam quase 23 mil novas empresas - aumento de um terço no setor. O faturamento do mercado passou de R$ 51 bilhões em 2021, 25% a mais que em 2020.

“Já tem uma segunda loja - assumimos no final de novembro - e eu estou no olhar da terceira já. No período aqui nessa loja, eu tive que contratar mais quatro funcionários. Demanda de banho e tosa, demanda em loja e, possivelmente, para o segundo semestre, vamos ter mais contratações também”, explica a empresária Carla Cerino.

Um levantamento exclusivo, a partir de dados do Caged, aponta que, entre 2019 e 2021, o time de trabalhadores formais na área de atividades veterinárias cresceu 46,5% - de longe, o melhor desempenho do ranking de emprego do país, que mostra, em segundo lugar, atividades técnicas com crescimento de 27,6%.

“A gente ainda deve esperar um crescimento nos próximos anos desse mercado, porque é como se fosse uma necessidade básica. Quem tem geralmente bicho, gosta de cuidar, tem uma questão de sentimento envolvida por trás, e isso acaba fazendo com que esse mercado tenha prosperidade nos próximos anos, mesmo com um cenário econômico um pouco mais difícil”, explica Bruno Imaizumi, economista da LCA Consultores.

Incluir gastos com animais de estimação no orçamento no meio de uma crise faz sentido do ponto de vista da economia comportamental. A ciência explica que, na hora de tomar decisões, não somos tão racionais como imaginamos. E os psicólogos dizem que, especialmente nos últimos dois anos, estivemos emotivos demais.

“Em um momento de distanciamento social necessário, mas, muitas vezes sofrido para algumas pessoas, que tiveram que ficar distantes das suas famílias, dos amigos e amigas... A relação que a gente tem com os animais é uma relação muito especial. Às vezes mais fácil até, ‘mais harmoniosa’, digamos assim, do que a relação entre pessoas”, destaca a psicanalista Fabiane Secches.

 

“Com essa pandemia, eu acho que todo mundo precisa de mais alegria, mais vida. E dá uma acelerada nessa calmaria”, diz a dona de Tatá.

Fonte: G1 

Compartilhar

Este site utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência, de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.


Concordo